sexta-feira, 27 de maio de 2011

EU SOU RURALISTA SIM, COM MUITA HONRA !

A televisão, involuntariamente é verdade, está passando para os brasileiros a falsa ilusão de que desmatamento é coisa de gananciosos, e que os fazendeiros são os maiores responsáveis por essa vilania. Mas os exageros da burocracia ambientalista também afeta as estatísticas. Na imensidão do pantanal, logo depois das inundações desta época, viceja um capim altamente nocivo mas muito bonito pelo verde intenso. Esse capim chamado vulgarmente de "carona" é uma delícia para o gado que ficou atolado e sem pastagens durante os meses de chuva. Mas logo que ele cresce um pouco, aparecem uns espinhos que machucam a lingua e a boca do gado, que inflama e acaba impedindo o boi de comer. Assim, por dieta forçada e dolorosa, o boi emagrece e pode até morrer de desnutrição. Agora o paradoxo estatal: se o fazendeiro remover o "carona" e plantar o brachiaria humidícula, um capim altamente nutritivo, ele é multado e pode ter sua fazenda interditada pelo Ibama por prática de desmatamento. Enquanto políticos discutem o Código Florestal nos gabinetes refrigerados, os fazendeiros sofrem com os burocratas empedernidos e despreparados.


Gilberto Ramos - economista

terça-feira, 24 de maio de 2011

OS JETTAS DA CÂMARA DE VEREADORES

A imprensa está se ocupando sobre o absurdo da compra de 51 carros de luxo para os vereadores do Rio. Claro que é um absurdo e mais uma gastança de dinheiro público. A discussão seguinte a ocupar a midia é sobre a forma de corrigir o malfeito. Várias sugestões que dependem da anuência da vendedora (Volkswagen) que nada tem a ver com estrepolia financeira da Câmara. Se o dinheiro for devolvido garanto que ele sumirá pelos ralos do desperdício em poucos dias, afinal a criatividade para gastar é infinita no setor público. Que tal trocar o crédito por ambulancias e vans escolares para a Secretaria de Educação ? Acho que todos sairiam ganhando.


Gilberto Ramos - economista

sábado, 14 de maio de 2011

COMPENSAÇÕES SOCIAIS

O estado de Illinnois é considerado uma unidade da federação americana que prioriza as políticas públicas, principalmente educação e saúde. Eles manifestam esse orgulho até nas placas dos automóveis que trazem uma inscrição "Land of Lincoln". E as políticas publicas de lá se baseiam nas chamadas "obrigações compensatórias" e, um bom exemplo, é a lei que aplicam aos planos de saúde: a cia. de seguro saúde só pode captar o seguro de uma pessoa de alta renda, portanto, mais lucrativo, se oferecer seguros mais baratos para pessoas mais pobres as quais, por isso mesmo, são atraídas pelas multiplas vantagens oferecidas. Enquanto isso, no Brasil, os hospitais públicos, e até os privados, estão superlotados e oferecendo serviços de baixa qualidade. Aí está uma idéia a ser copiada sem complexo de inferioridade. Quem sabe se teremos a sorte de algum político ler este post ?

Gilbderto Ramos - economista

ARRASTÕES E CAIXAS ELETRONICOS

Recomeçaram os assaltos e arrastões, agora usando explosivos bem dimensionados nos caixas e ousando roubar passageiros do Metrô. Claro que a polícia vai enfrentar e vencer mais este desafio, entretanto, é indispensável punições que sejam EXEMPLARES. Quando a polícia enfrentou os bandidos no Alemão, perdemos um bom momento de eliminarmos pelos menos uns trinta marginais. O problema é a reação que acusará a polícia de crueldade e abraçará a criminalidade com o velho e surrado discurso dos "direitos humanos". Acho que chegamos a um ponto em que temos que definir quem de fato são as vítimas. A leniência parece-me uma patologia que ajuda cada vez mais o incremento da violência.

Gilberto Ramos - economista

domingo, 8 de maio de 2011

OBRAS INACABADAS, MAS JÁ ?

A midia está mostrando a quantidade de obras inacabas. Isto parece replay de uma novela que se arrasta no Brasil. Obras tocadas pelos governos ou não decolam ou não acabam, e se terminam o custo é pelo menos o triplo do que se previa. Ato contínuo surgirão as desculpas e funcionários que se eximirão de qualquer responsabilidade. Obra pública só deveria ser licitada se a empreiteira vencedora, além de sua própria responsabilidade, contratasse seguro equivalente ao valor da obra, bem como empresa de auditoria preferencialmente estrangeira de acompanhamento técnico-financeiro. Ah, me esqueci: como ficariam as propinas e comissões ? Aí é uma questão de eficiência da PF e do TCU.

Gilberto Ramos - economista

sábado, 7 de maio de 2011

DESUMANIDADES PREVIDENCIÁRIAS (1)

O sistema previdenciario brasileiro é um dos últimos do mundo a se utilizar do mecanismo de "repartição" (os que trabalham pagam para os que já não trabalham). Entretanto, quase todos os países já adotam a forma de "capitalização", ou seja, cada um usufrui o rendimento de sua própria poupança. Imaginem que, em 1950, para cada pessoa recebendo, outras oito contribuiam; em 1970 já eram somente quatro/um; em 1990 caiu para 2,5 por um; finalmente agora somente 1,2 para cada beneficiário. Resumindo, a previdencia está quebrada e só se sustenta graças aos demais impostos que são direcionados pelo Tesouro para subsidiar as aposentadorias e pensões. Não obstante, os legisladores não atacam os privilégios atribuidos aos de caixa alta, favorecendo uma crescente concentração de renda. Voltaremos ao assunto no próximo post.

Gilberto Ramos - economista