sábado, 30 de abril de 2011

MÃO GRANDE FEDERAL

O Corinthians pleiteou da Prefeitura de São Paulo a doação de um terreno para ser anexado às obras de seu estádio e, assim, viabilizar a cessão conforme prometido à FIFA. O Corinthians é uma entidade particular e pertence a seus sócios. De outro lado, o governo federal, por lei, repassa a todos os estados e municipios - um percentual da arrecadação federal que todos os brasileiros são obrigados a pagar, é o FPEM - Fundo de Participação dos Estados e Municípios. Portanto, cabe a pergunta: com que direito o governo federal mete a mão no suado dinheirinho de cada cidadão e entrega para uma entidade particular que não é, sequer, tida como de utilidade pública mas, simplesmente, um clube sócio-recreativo ? Perguntaram ao pobre brasileiro do Piauí se ele concorda, ou resolveram tomar na "mão grande" como sempre ? Estou me sentindo tungado.
Gilberto Ramos - economista

terça-feira, 26 de abril de 2011

PRAÇA DA BANDEIRA (OUTRA VEZ ?)

Acordei hoje com a notícia de que a Praça da Bandeira, mais uma vez, tinha sido inundada pela chuvarada da madrugada. Já repararam que o Metrô está em nível ainda mais baixo do que a Praça da Bandeira e nada acontece ? Como explicar que a Holanda que tem 70% do seu território abaixo do nível do mar não inunda ? Não seria o caso da Prefeitura chamar alguns técnicos do Metrô e engenheiros da Holanda para explicarem o milagre ? Mas, por favor, nada de enviarem uma comitiva para aprenderem na Europa porque, certamente, se limitarão a fazer turismo por conta dos contribuintes.
Gilberto Ramos - economista

sábado, 23 de abril de 2011

PATRIMONIALIZAÇÃO

Quando D.João VI chegou com sua corte ao Brasil escapando de Napoleão que já estava nas cercanias de Lisboa, muitas casas pertencentes a brasileiros e portugueses foram desocupadas "no grito" em cumprimento a ordens superiores, em troca os proprietários ganhavam um título de nobreza para saciar o ego. Era o início do intervencionismo e da patrimonialização que se tornaram uma marca negativa de nossa sociedade. O Globo de hoje - pag. 10 - mostra que o agigantamento do estado brasileiro chegou ao ponto de manter 90 mil cargos de confiança, regiamente pagos e de utilidade duvidosa. O problema é que não incluiram o que acontece nos estados e municípios. Não creio que a democracia seja capaz de erradicar este câncer funcional, basta ver o que aconteceu no Senado com os famigerados "atos secretos" que beneficiaram um montão de aspones, quase todos parentes, amantes, namoradas e cabos eleitorais de políticos inescrupulosos.
Gilberto Ramos - economista  

sexta-feira, 22 de abril de 2011

UM BOM EXEMPLO HOLANDÊS

Tenho especial interesse por temas relacionados a políticas públicas, por isso gosto de me misturar com o povo local andando de bonde, ônibus, perguntando muito a garçons e taxistas. Na minha última viagem para a Holanda descobri um detalhe interessante. Preocupados com o bom atendimento ao cidadão, os legisladores holandeses estabeleceram uma regra simples mas de grande eficácia: os casais que pretenderem ter filhos devem avisar na Prefeitura com dois anos de antecedência, assim permitindo que hospitais e escolas possam se prevenir para receber os novos clientes. Detalhe, quem não o fizer não terá as mesmas facilidades na obtenção de vagas.
Gilberto Ramos - economista

quinta-feira, 21 de abril de 2011

OPERAÇÃO GUILHOTINA

Os jornais estão noticiando a concessão de habeas corpus para os 40 envolvidos na investigação da "Opereação Guilhotina", decisaão emanada da 7ª Camara Criminal do Tribunal do Rio.. O argumento que favoreceu este beneficio foi a quantidade insuficiente de provas, fruto de um inquérito mal feito pela polícia. Temo que tenha sido proposital   .... Há muito venho defendendo a instituição do Juizado de Instrução permitindo que a Justiça e o próprio MP acompanhassem o inquérito desde a instauração. Isso não representaria aumento de custo e evitaria a demora na conclusão dos processos.
Gilberto Ramos - economista

sábado, 16 de abril de 2011

O CHEFE

Sou membro do Conselho de Segurança Pública e Cidadania, órgão da Associação Comercial do Rio Janeiro. Lá discutimos todos os acontecimentos relativos à violência e sua causalidade. Entretanto, parece-me que estamos nos acostumando com a corrupção, desmentindo o ditado de que o órgão mais sensível do corpo humano é o bolso. Como a corrupção é um crime que não tem exame de corpo delito, estou achando que a população não considera a corrpção também um furto em última análise. Terminei a leitura do livro O CHEFE - de Ivo Patarra e fiquei estarrecido com o mar de lama em que o país mergulhou. Alguns políticos que se vangloriam de arautos da moralidade cometem os mesmo deslizes dos piores gatunos. Com a palavra a Polícia e o Judiciário, é só folhear o livro e indiciar os bandidos.
Gilberto Ramos - economista

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A CHACINA DE REALENGO

Claro que ficamos todos  chocados com a brutalidade do massacre na escola Tasso da Silveira. A imprensa abriu espaço abundante para a discussão do fato e suas causas imediatas, entretanto, faltaram reportagens e comentários sobre a antecedência pedagógica que produziu o monstro e suas vítimas. Como ele foi formado, quais as escolas por onde passou antes, quem foram seus professores e diretoras dos colégios ? Claro que a segurança pública falhou, haja vista a facilidade na negociação das armas e munições. Mas parece-me que estamos perdendo uma oportunidade, embora dolorosa, de comentarmos os aspectos educacionais pretéritos A primeira conclusão facil de tirar é que escola não pode ser um bunker que garanta a todos, nem pode ser confundida com reformatório para abrigar jovens delinquentes, sejam psicopatas ou não. Urge abrirmos uma análise da genese deste infeliz acontecimento.
Gilberto Ramos - economista 

sábado, 2 de abril de 2011

SIRIA - UM BARRIL DE PÓLVORA

Estou viajando pela Europa (Holanda e França), ouvindo e vendo as notícias mundiais, e confesso-me preocupado com a evolução do antisemitismo na Síria. O atual presidente Bashar Al Assad, recém eleito, foi aclamado dentro e fora do Parlamento Sírio, no Congresso todos (situação e oposição) o saudaram efusivamente, até as deputadas sírias chegaram a interromper o discurso do presidente tecendo loas ao jovem governante. Este, por sua vez, fez um discurso calmo mas muito firme. Duas frases me chamaram a atenção: 1) "ISRAEL É NOSSO MAIOR INIMIGO"; 2) "QUEREMOS RETOMAR NOSSOS TERRITÓRIOS NA PALESTINA QUE NOS FORAM ROUBADOS POR ISRAEL". Temo que enquanto a imprensa só pensa no conflito líbio, estejamos subestimando um perigo maior. As Colinas de Golan são tão cobiçadas pelos povos árabes quanto o petróleo líbio pelos países europeus e USA.
Gilberto Ramos - economista